quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Dia da Árvore




Eu era criança e já havia comemorações do dia da árvore na escola. Muitas vezes plantávamos uma muda. Coloríamos uma árvore. A árvore sorria para nós. Era tudo tão lindo. Mas bastou eu ficar adulta, entrar no curso de Biologia e entender que nem tudo são flores. Nãoooo... literalmente as coisas não são fáceis. E quando se trata de preservar o meio ambiente, então, diga-se que fica mais difícil.

A árvore é o início de tudo. Quando a criança entende que tem que cultivar a árvore, ela certamente entenderá quando adulta que ela tem a missão de preservar a natureza, o meio em que vive. Mas, e quando essa criança cresce e torna-se o adulto que precisa empreender custe o que custar, e apaga da memória a preservação das árvores porque agora o que importa é faturar. E quando a criança cresce e apesar de saber que há formas sustentáveis de se desenvolver, prefere esquecer toda a alegria de chegar em casa com uma mudinha, ou com o desenho mais colorido da árvore.

Eu como Educadora Ambiental defendo que o que se aprende quando criança se leva na fase adulta. Eu penso que é muito melhor começar enquanto pequenino a preservar o meio ambiente, porque criança contagia, fala para a mãe, para o pai, o vizinho. O ruim é quando a criança cresce, e sabe do que aprendeu, e ainda assim decide esquecer. Quando crescemos as coisas mudam mesmo, mas algumas não deveriam mudar.

Que nesse 21 de Setembro, você possa lembrar seu lado criança e não degradar uma árvore, e não denegrir a imagem do planeta. Lembre-se que as gerações futuras dependem do que você faz hoje.

Continue criança, seja adulto nas responsabilidades, mas seja criança na vontade de sempre ajudar, de enxergar cores e entusiasmo na vida.


Feliz Dia da Árvore!! 


sábado, 2 de setembro de 2017

A Cidade - Jardim e o Ecourbanismo

Depois da primeira guerra mundial, o movimento de Cidades-Jardins gradativamente se tornou um movimento de idealização de novas cidades para a reconstrução na Inglaterra. Todavia, a política habitacional aprovada era de cunho imediatista e visava a edificação de um maior número de casas, sem qualquer visão abrangente. Apenas após a segunda guerra aprova-se um programa com grandes paridades ao plano de Howard, o “ New Towns Act ” de 1946.
Mesmo em meio ao sucesso de Lethworth, era fortemente incompreendida a ideia de cidade–jardim, pois facilmente era confundida com subúrbio – jardim, o que era justamente a tentativa de eliminação de Howard com suas propostas. Segundo Newton, 1971, nos EUA, foram reproduzidos exemplos ideais representativos e importantes baseados nos princípios de Howard, sendo diferente o fato de alvo: não eram industriais preocupados com seus funcionários, mas arquitetos que enfatizavam o desenho físico.
No ano de 1928 Clarence Stein, influenciado pelas ideias de Howard fez o plano de Radburn, com moradias e jardins individuais, ruas em cul de sac com isolamento de pedestres e veículos por meio dos superblocks. As estradas para o centro comunitário, a escola, e os playgrounds podem ser arranjados por pedestres e compostos por um sistema de avenidas interceptadas pelos parques, retumbando bem o conceito de relação de vizinhança. Ainda que tenham sido projetados, não tem indústrias e nem cinturão agrícola. Por isso, a partir dessa época, os subúrbios jardins expandem-se nos EUA de maneira unilateral, sem conteúdo social.
            Os vizinhos conviviam em integração, caso um percebesse algum movimento estranho na residência ao lado, se importavam em descobrir do que se tratava e chamar a polícia caso estivesse havendo um roubo, um protegia o outro.
Não obstante o efeito da memória de Ebenezer Howard e seu conceito de Cidade- Jardim estarem atenuados, a partir dos anos setenta, década da “Primeira Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente em Estocolmo (1972)”, iniciam-se alguns empreendimentos com preocupações ecológicas, motivados pelo movimento ambientalista. Segundo Andrade (2003) um exemplo a se destacar de um empreendimento que avigora a legitimidade e a atualidade das idéias de Howard, é o condomínio de Village Homes na cidade de Davis na Califórnia. Tal empreendimento, de visão de idealização urbana expandida, iniciou a sua edificação em 1973, em terras agrícolas adjacente a Universidade da Califórnia. A concepção foi projetada pelo arquiteto ambientalista Michael Corbett, cujo desenho urbano tem extensões atinadas, amplos cinturões verdes e agrícolas, vários usos da terra, como habitações, comércio, empresas de pequeno porte e uma rede de caminhos para pedestres e ciclovias que é integrado na rede da cidade.

 Era intenção dos arquitetos empreendedores de Village Homes promover uma sociedade exemplar de vizinhança, apontado para as questões ambientais como: custeamento de energia, coleta seletiva de lixo, aproveitamento da compostagem para hortas e pomares, reaproveitamento da água da chuva através dos canais de infiltração, produção de alimentos no local e redução do uso do automóvel.


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Planejamento das Cidades - Jardins

Howard elaborou um pensamento utópico em relação ao planejamento das novas cidades. Conforme Andrade (2003), essa visão utópica deu-se em razão da expectativa de resolver os problemas de insalubridade, grande número da pobreza e poluição nas cidades. Dessa maneira ele propunha novos modelos de cidades interligadas com o campo. Cidade Linear, com linha férrea, sem praças, porém em contato com a natureza.
Nos bairros planejados, a preferência é a baixa densidade de ocupação, com larga arborização difundida por praças, arruamentos e jardins internos e distribuição ordenada dos serviços e transporte e circulação racional de veículos. Falava-se então na união dos benefícios da cidade e do campo (os três imãs).
Desta união, cita Andrade (2003), o intenso movimento da população das cidades congestionadas se daria naturalmente como um imã para uma cidade que fosse próxima da natureza e que emanaria riqueza, felicidade e tranquilidade. Howard pensava sua Cidade – Jardim como uma maneira de oferecer às pessoas mais liberdade, vivendo em comunidade.
No ano de 1903, a primeira “Cidade – Jardim Ltda” foi tratada como propriedade mista autorizada para vender ações em propósito de levantar capital necessário. Nenhuma cooperativa oficial foi formalizada e não foi esclarecido quando as posses das terras seriam transferidas para a comunidade. Só sessenta anos mais tarde, isto veio a ser consolidado.

O DESENHO DAS CIDADES – JARDINS

O movimento das Cidades – Jardins foi inspirado em experiências de comunidades planejadas para serem auto organizadas do século XIX, como por exemplo, empreendimentos de indústrias que estivessem preocupados com a condição de vida de seus empregados. O fato dos conjuntos habitacionais serem próximos às fábricas e implantados no campo poderia melhorar as condições de trabalho e provocar efeitos saudáveis sobre os trabalhadores, retornando assim tais benefícios para a própria indústria (Andrade, 2003).
Howard estudava as ideias de Cadbury e Lever, que no ano de 1902 se uniram a ele na Associação da Cidade – Jardim com a “Companhia Pioneira Limitada”, para a então futura construção da primeira Cidade – Jardim. Em 1903 a primeira cidade – jardim, Letchworth foi projetada com traçado simples, claro e informal, o que é divergente da tradição clássica renascentista, havendo um centro urbano e árvores de portes com edifícios municipais próximos a estação.
As habitações merecem destaques: eram para as várias camadas sociais compostas por blocos entre si, se recuavam do alinhamento do terreno, e apresentavam jardins fronteiriços. As ruas têm entrada auxiliar com “cul de sac” e passeios com gramas, arbustos e árvores que dão ininterrupção ao verde dos ambientes públicos. Além desses aspectos a cidade foi refletida como auto-suficiente em termos de indústria e terras agrícolas, diverso da ideia de subúrbio (Andrade, 2003).
A segunda cidade – jardim, Welwyn foi projetada por Louis de Soissons no ano de 1920. Uma das características mais relevantes de Soissons foi o cuidado com a preservação das condições do meio ambiente, onde delineou enormes espaços verdes para entretenimento, sobretudo nas periferias da cidade central, ao longo dos limites dos cinturões agrícolas.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Cidades - Jardins

Hoje começaremos uma revisão sobre as Cidades-Jardins. A cada dia postarei para vocês, textos relacionados ao assunto.

As Cidades - Jardins são parte da Evolução do Pensamento Urbanístico.

Introdução

A definição urbanística das cidades-jardim foi empregada por um urbanista inglês, Ebenezer Howard, no final do século XIX. Este urbanista em 1898 lança o livro Tomorrow, a Peaceful Path to Real Reform, republicado em 1902 com o título Garden Cities of Tomorrow. Tal conceito foi adotado no Brasil pelos arquitetos Raymond Unwin e Barry Parker.
No final do século XIX os países industrializados viviam a época pós-industrial que se destacou pelo alargamento urbano e desenvolvimento da economia e esse processo se assemelha ao do final do século XX nos países que estavam em desenvolvimento. Em relação ao desenvolvimento sustentável, é relevante considerar propostas urbanísticas que buscaram um comedimento entre o incremento econômico e os problemas igualitários unificados ao desenho da paisagem, como os ideais Ebenezer Howard para o movimento das Cidades-Jardins na Inglaterra.
De acordo com Andrade (2003), as viradas dos dois séculos foram acentuadas por diferenças e similaridades que necessitam ser destacadas. Ficam é claro mais evidente as similaridades no então processo de urbanização por conta do intenso crescimento da população nas grandes metrópoles, e por conta de tal crescimento surgiram então dificuldades sociais e ambientais. Os problemas urbanos que se destacaram estão inseridos no nosso contexto bem atual e constante. Dentre eles podemos citar: pobreza falta de moradia, ausência de coleta de lixo e de rede de esgoto, moradias amontoadas (favelas/ comunidades), poluição, falta de espaço para lazer, e por incrível que pareça já naquela época degradação intensa dos recursos naturais e do ambiente urbano.
O aumento populacional do planeta e o amontoado de pessoas vivendo em bairros de periferia dos grandes centros urbanos permitiu que a desigualdade social fosse ainda mais destacada (Andrade, 2003).

Alva (1997), retrata a grande expansão urbana culpada por deseconomias e inversão das externalidades que se fazem negativas. Tais destacam-se claramente na degradação da natureza e do meio urbano, como a contaminação das águas, uso irrestritos de combustíveis e também pela produção de resíduos nas indústrias.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Dicas

O livro Panorama da Biodiversidade nas Cidades combina ciência e políticas em uma avaliação global das conexões entre a urbanização, a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. Ela apresenta boas práticas e traz orientações fundamentais sobre a conservação e o uso sustentável da biodiversidade.

A principal mensagem é que as áreas urbanas devem proporcionar maior cuidado aos ecossistemas de que dependem, inclusive pela geração de diversos serviços ecossistêmicos com iniciativas de projeto e restauração e a redução de seus impactos ambientais, com maior eficiência no uso de materiais e energia e o uso produtivo dos resíduos.

Acesse para download grátis no site do Eco D :
http://www.ecodesenvolvimento.org/biblioteca/livros/panorama-da-biodiversidade-nas-cidades

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/biblioteca/livros/panorama-da-biodiversidade-nas-cidades#ixzz4ps42fvwJ


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Sobre o Zika Vírus


Em novembro de 2015 surgiu oficialmente no Brasil o Zika vírus, decretado pelo Ministério da Saúde, como emergência nacional. Lembro-me de alguns médicos sugerindo que casais que estivessem fazendo planos de engravidar tentassem adiar, para não pôr em risco a saúde de um futuro bebê. Já outras mães, começaram a descobrir que seus filhos nasceriam com a doença e teriam que enfrentar a batalha da microcefalia.
A microcefalia é uma condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança ao se comparar com o de outras da mesma idade e sexo, são significamente menores. Uma das causas da microcefalia foi confirmada pelo Ministério da Saúde e está relacionada com o Zika vírus, que é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre Chikungunya.            
O contágio principal acontece pela picada do mosquito, que uma vez estando com o sangue de alguém contaminado pode facilmente transmitir a doença para a população.
Várias teorias de como é transmitido têm sido estudadas, meios de transmissão como saliva, leite materno e urina ainda não tirem confirmação nas pesquisas, mas a verdade é que os casos continuam e muitas pessoas “relaxaram”, engravidaram e como não escutam falar constantemente acreditam que não correm mais o risco de ter um bebê com microcefalia. É necessário que hajam diálogos com os médicos sobre a possibilidade medidas preventivas quando se pretende ter filhos, adotando medidas pré e pós-concepção e principalmente quando um dos indivíduos tem ou teve o diagnóstico da Zika.
            No início dos casos foi dado todo suporte às mães, mas agora segundo algumas reportagens sempre ouço mães reclamando que falta terapia multidisciplinar adequada e que por isso muitas crianças estão indo à óbito por conta de infecções respiratórias.
            Será que houve um esquecimento da realidade dessas famílias? Por que apesar de a doença não ter sido erradicada, comportamo-nos como se nada tivesse ocorrido?
            Diariamente eram noticiados cuidados para ter durante a gravidez, mas e depois? Como fazer quando não se tem muitos recursos financeiros e precisa fazer os tratamentos? Muitas famílias não dispõem em suas cidades desses tratamentos necessários para seus filhos e precisam se deslocar para as capitais, passando por inúmeras dificuldades de todos os tipos em busca de dar uma melhor condição à essas crianças.

            Ainda há o perigo sim e este é iminente. Ainda deve-se ter todas as precauções e repensar e pensar numa gravidez, para que esta seja a mais cuidadosa possível evitando a microcefalia. Espero que as pesquisas que estão sendo desenvolvidas recebam incentivos e sejam divulgadas. Espero mais empenho com os cuidados às crianças que nasceram com microcefalia... espero mais informação, atenção... divulgação. Não pode ser esquecido!!

terça-feira, 25 de julho de 2017

Desigualdade Socioespacial

       Com a situação atual do País, cresce o número de moradores de ruas nas grandes cidades. O que muita gente não sabe, é que grande parte desses moradores têm um emprego, mas que mesmo assim ficam impossibilitados de pagar um aluguel por conta dos altos valores e assim acabam vivendo nas ruas. Participam de cafés comunitários, tomam banho e escovam os dentes no trabalho ou numa rodoviária próxima, e assim sobrevivem. Alguns sem emprego, fazem trabalhos temporários (“bicos”) enquanto tentam sobreviver.
       Um fenômeno que se destaca no processo de distribuição espacial especificamente no Brasil é com certeza, a desigualdade socioespacial. Essa desigualdade já se fazia presente no período colonial, a partir da dinâmica de distribuição e ocupação de terras no Brasil. Havia a Lei de Terras na época do Império que estabelecia a propriedade privada da terra e firmava a ocupação de territórios através de grandes latifúndios que eram centralizados sob a propriedade de poucos indivíduos que pertenciam a um grupo detentor do poder. O grupo dominante também usou dessa lei para o ambiente urbano. Com a diferenciação de espaço público e privado, a terra é transformada em mercadoria, e passou a ditar padrões de uso e ocupação do solo que claro, favorecia sempre aos interesses dos mais ricos. Isso traduz a essência de acesso à propriedade da terra e desigualdade socioespacial.
      O mercado de moradia é altamente excludente por conta da má distribuição de renda e o alto preço ao direito de morar na cidade.
Alan Lipietz, engenheiro francês, economista e político, refere-se a tal fato destacando o regime concorrencial – onde a oferta de moradias seria regida por uma divisão econômico-social do espaço dado, em que cada produtor de materialidade residencial seria incapaz de, individualmente, modificar as características socioeconômicas da espacialidade.
      A Abordagem do espaço a partir da tradição da economia política, distingui as formas pelas quais as classes sociais se apropriam da espacialidade.
Na lógica do mercado imobiliário o solo tem preço e esse preço é relacionado à infraestrutura existente, à localização, à acessibilidade a bens e serviços. Essa variação de preço provoca uma transformação na distribuição espacial da população, que é regida pela sua capacidade em pagar pela terra na cidade. A consequência espacial da dialética de mercado estabiliza-se por um espaço marcado pela segregação socioespacial.
     A dinâmica da segregação envolve tempo e espaço. Tal processo se refaz lento ou rápido. Um padrão espacial pode permanecer por um longo ou por um curto período de tempo. Tal dinâmica é própria do capitalismo onde uma especifica área social é adequada por um período de tempo ou por um grupo social, e em outro momento pode estar determinada por outro grupo de status inferior, ou superior, através do processo de renovação urbana e especulação imobiliária.

sábado, 22 de julho de 2017

As desventuras das cheias

Todos os anos no período das chuvas assistimos aos mesmos noticiários nos telejornais, falando sobre alagamentos. Por que não evolui? Por que ao passar dos anos os números aumentam e não diminuem? Estou assistindo uma pessoa falar agora no telejornal que é a quarta vez nesse inverno que a água das chuvas adentra em sua residência.
E fico a especular que parece que os que estão a sofrer são fadados a passar por isso consecutivamente. E nós que estamos “secos” em nossas casas, que não precisamos ficar acordados e contando que a chuva não venha, que não estamos desabrigados, ficamos a observar, muitas vezes nem sentimos mais dó, porque é tão normal, não é? Não era para ser ... paga-se impostos e pouco se cobra. Alguns nem reconhecem seus direitos... alguns não vão atrás...outros cobram e nada recebem em troca, apenas promessas.
São milhares de desabrigados, mortos, famílias que perdem seus entes, seus bens, suas casas, sua paz... sua dignidade.

A Constituição assegura que todos tenham moradia e moradia digna. Mas para fazer valer é necessário que haja ações conjuntas do Estado e da sociedade civil. Não pode ser um texto para refletir. Não pode ser um dia que se faz tudo certo. Tem que ser um trabalho contínuo e de responsabilidade. Tem que se voltar para os mais necessitados. Tem que se mudar isso. Não pode ser só uma utopia!!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A Paisagem que antecede a "Paisagem"


Ao se referir à paisagem, os mais diversos conceitos estão intrinsecamente conectados desde a sua origem, ao que se destacam conceitos subjetivos, pois paisagem não se traduz como retrato objetivo, mas segundo Collot, a “um ponto de vista”, ao olhar que supera a visão apenas como sentido. Como propôs Marleau-Ponty, é necessária uma pluralidade de sentidos ao se construir uma paisagem, que atravessa o corpo todo, do ponto de partida do sensível, atinge então o invisível.
Nem sempre pudemos desfrutar dessa noção de paisagem, que alguns conseguem sentir no íntimo. Anne Cauquelin em 2007 em seu livro “Invenção da Paisagem” remonta o passado em uma busca à cerca das origens da noção de paisagem e qual o percurso para tornar-se tão constante como se fosse aquém da nossa condição humana.
O geógrafo e filósofo francês Augustin Berque diz que: a paisagem é composta por coisas e pessoas, não mora apenas no sujeito ou no objeto, mas de uma complexa possível interação entre eles, em níveis diversos de tempo e de espaço aludindo tanto uma localização mental da realidade quanto a materialização nas coisas.
A paisagem que antecede o que vemos está dentro de cada um, em cada experiência, em cada momento vivido, viajado. A forma como você observa a paisagem reflete como você vai tratar a paisagem que está ao seu redor. Se for para ser sustentável, limpo, organizado... Como será se você não se importa mais? Se não conhece seu universo? Sua cidade?

Pois é... Acredito.. e baseada em tantos estudos que só se importará com o meio ambiente, com sua preservação se você se respeita e respeita teu próximo.. se pensas em um futuro melhor para teu filho ou teu neto... Se observe.. se permita ser a paisagem que irá refletir no planeta.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Segregação Urbana na Coluna do Jornal A União PB


A minha primeira publicação no Blog saiu na Coluna do Jornal A União da Paraíba.
Relembrando o link para conferir a coluna completa:
http://conectabio.blogspot.com.br/2017/07/segregacao-espacial-urbana.html










sexta-feira, 14 de julho de 2017

Mosquito Aedes Aegypti será esterilizado através de Projeto no Recife

O que são Arboviroses?

Denominam-se arboviroses as doenças causadas pelos chamados arbovírus. Dentre esses arbovírus está incluído o vírus da dengue, Zyka vírus, febre Chikungunya e febre amarela. Todos que são transmitidos por artrópodes (insetos e aracnídeos - como aranhas e carrapatos) são englobados como arbovírus.

Projeto no Recife

No Recife a Prefeitura inicia um projeto para frear a transmissão de arboviroses esterilizando os mosquitos machos Aedes Aegypti. De acordo com a equipe o que se pretende é controlar a reprodução do inseto através de uma tecnologia que será empregada em laboratório. O Projeto é uma parceria da Secretaria de Saúde do município com uma empresa privada.

O diretor-presidente da Moscamed, Jair Virgínio informa: “A técnica de um inseto estéril por si só não é nenhuma ferramenta salvadora. Ela chega para somar a todas as outras estratégias que já estão postas e que são de conhecimento da população”.
Espera-se o início do projeto para até o final do ano. Já estão definidos três bairros em Recife onde serão soltos os mosquitos esterilizados.

            Em 2017, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 1.773 casos foram notificados como dengue, Zyka e Chikungunya. 689 foram confirmados.


quarta-feira, 12 de julho de 2017

Leptospirose e Chuvas

Estamos no período das chuvas e com isso surgem muitas doenças. Uma delas é a leptospirose. Mas qual a relação com a chuva? Primeiro vamos entender como ela é transmitida.

É transmitida pela urina de alguns animais, especialmente dos ratos. Doenças potencialmente grave, infecciosa e febril. A bactéria Lepstopira interrogans, é a causadora da doença e se encontra nos rins desses animais, sendo eliminada na urina.

Relação com as chuvas:
            
Com a chegada das chuvas ocorrem inundações, formação de grandes poças e a bactéria se espalha pela água. Daí surge um cenário específico para possíveis contaminações da população.

Contaminação:

Ao entrar em contato com essa água suja e contaminada, a bactéria pode penetrar caso haja alguma lesão na pele, mesmo pequenos ferimentos. Outra forma de contaminação se dá pelas mucosas (olhos, nariz e boca). Caso haja a ingestão de alimentos contaminados ou de água também ocorre a infecção.

Sintomas
            
A doença pode ser assintomática. Ao serem instalados, os sintomas são: febre alta repentina, mal-estar, dores musculares que acontecem especialmente na panturrilha, no tórax e na cabeça. Outros sintomas são: tosse, olhos vermelhos, cansaço, calafrios, náuseas, diarreias, desidratação e enxatemas (manchas vermelhas no corpo) e meningite.

Tratamento:

Quanto mais rápido for diagnosticado, menores serão as chances de evolução do quadro. Porém deve se dirigir ao hospital porque é necessário a internação e cuidados médicos.
            Existe uma vacina, porém está disponível apenas para aplicação em animais. Mas um animal vacinado também pode ser infectado e transmitir
Prevenção:
Proteger-se das poças de água, áreas de lixos, bueiros e esgotos. Caso seja necessário entrar em contato nesse locais recomenda-se o uso de botas de borracha.
Lavar garrafas e latas de alimentos e bebidas industrializadas.

Cuide-se: Saúde é essencial!!

Cuide do meio ambiente: ele é a sua casa e dele depende sua saúde também!!!

terça-feira, 11 de julho de 2017

A forma Urbana Medieval

Com a queda do Império Romano, o crescimento demográfico teve sua cadência desacelerada e a vida urbana foi amortizada. Então, os séculos X e XI foram arraigados pela permanência política e o ressurgimento do comércio, que dinamizaram as estruturas urbanas. Foi nesse período que os centros urbanos foram se transformando.
Ao se destacar a formação das cidades medievais, reporta-se a diversas origens:
ü  Cidades romanas antigas que ainda existiam, ou que, ao serem abandonadas, foram novamente ocupadas;
ü  Burgos concretizados na periferia da cidade romana, muitas vezes do outro lado do rio, e que formaram cidades;
ü  Santuários cristãos antigos, que se instalaram fora das cidades romanas, e no período medieval formaram novos centros urbanos;
ü  Cidades oriundas da popularização de aldeias rurais;
ü  Novas cidades, designadas bastides, que foram fundadas como bases comerciais e militares, a partir de um plano geométrico predeterminado.

A concepção da cidade medieval vai originar-se por desenvolvimento das antigas composições romanas ou pelo alicerce de cidades novas arranjadas segundo um nível regulador.
No artigo Labirintos no Tempo: a cidade medieval e os espaços (Martino e Azevedo) se direcionam a cidade medieval de tal maneira:
A escala monumental romana é suprida por espaços mais reservados. Há, entretanto, os múltiplos sistemas de defesa: muros, muralhas, fossos e torres. À medida que a cidade desenvolve novas muralhas são construídas – e estas abalizam forma, tamanho e imagem da cidade. As muralhas prévias não eram extinguidas, ou ao menos eram deixados detritos, e estes se tornavam marcos na cidade.
As ruas são feitas para turismo a pé ou com animais de carga. Entre os séculos XI e XII, a pavimentação já era bastante comum. As ruas são locais de encontro, em especial devido ao comércio.
O mercado estende-se até atingir a rua, onde ocorrem compras, vendas e negociações. 
A praça mediévica ocupava recintos vazios, derivando em traçados e tamanhos irregulares. As principais funções eram a de comércio e a de encontros sociais. Devido a tais funções, existia a praça do mercado e a praça da igreja.
Os edifícios de maior ênfase eram as igrejas e as sedes governamentais. Os quarteirões diferenciaram-se das cidades antigas pelo formato de ocupação. No momento em que as residências se estabelecem nas extremidades do quarteirão, seu interior é preenchido por jardins e espaços internos. De modo geral, os jardins são utilizados pelas famílias de maneira coletiva.
O quarteirão medievo depara modificações importantes em relação ao quarteirão romano, tanto em sua morfologia quanto em seu posicionamento dos edifícios que o ocupam e em seu papel desempenhado na estrutura urbana.
Mumford (1998) diz que:

Na cidade medieval, aqueles domínios, o espiritual e o temporal, com suas ordens vocacionais, o guerreiro, o mercador, o sacerdote, o monge, o bardo, o erudito, o artífice e o negociante, alcançaram algo como um equilíbrio. O equilíbrio prosseguiu sendo suave e hipotético; contudo o empenho para mantê-lo foi firme, e o resultado real, porque todos os elementos igualitários eram pesados, sendo cada qual devidamente representado. Até o fim da Idade Média – esse, no entanto, é um dos sinais do fim, - nenhum artefato foi satisfatoriamente forte para instituir permanentemente seu próprio domínio sobre todos os outros. Em decorrência, tanto física quanto politicamente, a cidade medieval, embora recapitulasse muitas das características da antiga ordem urbana, era, em certos aspectos, uma criação original.  Liberdade, igualdade corporativa, participação democrática, autonomia, jamais foram inteiramente alcançadas em qualquer cidade medieval.

Parte do comentário sobre o texto: A forma Urbana Medieval do Livro: Morfologia Urbana e Desenho da Cidade, Autor: José Garcia Lamas. 

Sobre a autora

Lívia Lima Noronha

Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pernambuco (2010), Especialista em Geografia e Gestão Ambiental pelas Faculdades Integradas de Patos (2012), Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental pela Universidade Federal da Paraíba (2014). Tem experiência nas áreas de ensino nos seguintes temas: Gestão Ambiental, Farmacognosia e Educação Ambiental. Também possui experiência na área de Laboratórios (Microbiologia e Química). Trabalha em parceria com a  Imgrower (Empresa Agrícola que atua na produção de hortas orgânicas).

Sobre o Blog


O Conecta Bio aborda temas ligados à Biologia, Sustentabilidade, meio ambiente, Engenharia Urbana e Ambiental, entre outros.

Parceiros

A REDE URBANA:( https://aredeurbana.wordpress.com). Blog do Alexandre Castro, Arquiteto (UFPB) e Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental (UFPB). Aborda temas sobre planejamento urbano, regional e ambiental, a partir dos seguintes temas específicos: acessibilidade e mobilidade urbana, morfologia urbana, sintaxe espacial, desenho urbano, sistemas de informação geográfica.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Permacultura

Trata-se de um conceito criado pelos australianos Bill Mollison e David Holmgren, nos anos 70, que pode ser definida como uma reunião dos conhecimentos de sociedades clássicas com técnicas inovadoras, objetivando uma “cultura sustentável” com a cooperação do homem e da natureza.
É uma tecnologia agrícola que proporciona um desenvolvimento conectado da propriedade rural de maneira a manter os ecossistemas produtivos com diversidade, estabilidade e resistência. A permacultura inspira-se no respeito a todas as formas de vida, nos processos naturais e nas culturas nativas. 
A palavra Permacultura é formada pela união das palavras permanente e agricultura e nos diz algo sobre novas maneiras de pensar e organizar atividades produtivas, formando sistemas multifuncionais competentes e duradouros. Um dos objetivos é a importância dada à sabedoria da natureza que sempre sabe o que pôr em cada lugar.
Apenas quando se observa a natureza pode-se copiar suas inúmeras técnicas originadas de exemplos de sustentabilidade para quintais, sítios, fazendas e comunidades novas e antigas.
      Alguns aspectos como economia, aproveitamento de energia e tratamento de águas são cotados para a Permacultura, que podem ser reproduzidos para planejar a sustentabilidade de ecovilas.
       As Ecovilas são comunidades intencionais fundamentadas em um modelo ecológico que tem por foco a integração das questões culturais e socioeconômicas como parte de um processo de crescimento compartilhado. As ecovilas existentes no mundo possuem aproximadamente três mil pessoas, sendo de um modo geral organizadas por um conselho responsável pela gestão participativa e pela tomada de decisões que permitam o desenvolvimento orgânico das atividades e projetos comunitários.
        No planejamento dessas comunidades, considera-se principio os aspectos sociais, econômicos, culturais e espirituais, pois se acredita em um novo paradigma que a felicidade não se resume ao materialismo.

sábado, 8 de julho de 2017

Segregação Espacial Urbana

Recentemente li uma notícia que me deixou um pouco perplexa (ainda fico perplexa sim)...
Bem... a notícia era a seguinte: “Muro separa ricos e pobres em Lima, no Peru.”
Sabemos que esse não é o primeiro muro de que ouvimos falar. Infelizmente não. E por que chama-se muro da vergonha? Porque tais muros são construídos exatamente para envergonhar quem está fora do muro.
De um lado casas bem construídas com piscinas, campo de futebol, água encanada (abundante e acessível) e vista para o mar. Do outro lado “invasões”, casas sem energia elétrica e sem água. Os moradores têm que pagar bem mais caro pela água e ainda carregam-na. O alto custo se justifica pela infraestrutura precária do bairro, onde as ladeiras não são asfaltadas e o caminhão de água encontra maior dificuldade para chegar. Algumas famílias vão até o caminhão e carregam pelas ladeiras sua água para evitar pagar mais. Segundo a ONG britânica Oxfam uma pessoa pobre em Lima paga dez vezes mais pela água do que alguém que vive em uma zona abastada. E não bastasse isso os próprios moradores precisam manter a água nas cisternas, mantendo-as sempre limpas para evitar contaminação. Quando não há a possibilidade de manter a água em recipientes bem higienizados surgem doenças rotineiras.
No Brasil não somos diferentes. Somos desiguais. E a desigualdade traz intolerância e descriminação. Produz também marginalização.
A segregação urbana concentra determinadas classes sociais em regiões, bairros e até mesmo cidades. Separa indivíduos por profissão, educação, riqueza, etc. São grupos distintos: de um lado uns possuem melhores condições de moradia e serviços e o outro grupo é totalmente desfavorecido. O arquiteto e urbanista brasileiro Flávio Villaça diz que “a segregação é um processo segundo o qual diferentes classes ou camadas sociais tendem a se concentrar cada vez mais em diferentes regiões ou conjuntos de bairros da metrópole.”
E as nossas cidades sofrem com toda essa separação. Os muros altos dos condomínios fechados impossibilitam as crianças de terem contato com as outras classes. “É perigoso”! “Vamos nos separar”! “Não podemos conviver com eles”! E quem são “eles”? Os que têm menos e pegam mais pelo transporte, que sofrem diariamente com problemas de saúde por conta da falta de infraestrutura, que frequentam as escolas de baixa qualidade, que pagam mais pelos serviços e ganham menos em seus trabalhos (quando possuem emprego). As diferenças se tornam ainda mais profundas e a sensação de desigualdade contribui para um aumento da violência urbana.
A disparidade não cessa. Há muita utopia sobre como ser menos desigual. Mas nada acontece. A desigualdade que vem da segregação apenas desmerece cada dia mais as classes que já são desfavorecidas. E esse panorama dificilmente será modificado.
Como mudar se o capitalismo impera? Somos movidos pelo consumo. Movidos pelo desejo de adquirir bens e com isso nos distanciamos cada dia mais do próximo, criamos muros não apenas visíveis, segregamos invisivelmente.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

SEMANA DA HORTA ORGÂNICA

Olá gente. Nosso Blog tá de cara nova, nome novo, tudo novo.!!! rsrs
E para comemorar é com muito prazer que eu trago para vocês uma notícia muito Show!!
Eu estou participando da Semana da Horta Orgânica da Imgrower!! Farei uma das palestras e quero trazer para vocês todas as informações sobre o Evento TOTALMENTE GRÁTIS E ONLINE.
Vocês vão aprender tudo sobre hortas orgânicas e vão se inspirar para fazer a de vocês.
 Abaixo encontrem o link para a inscrição:
http://thiagoorganico.com/go/semana-da-horta-organica/