quinta-feira, 31 de agosto de 2017

O Planejamento das Cidades - Jardins

Howard elaborou um pensamento utópico em relação ao planejamento das novas cidades. Conforme Andrade (2003), essa visão utópica deu-se em razão da expectativa de resolver os problemas de insalubridade, grande número da pobreza e poluição nas cidades. Dessa maneira ele propunha novos modelos de cidades interligadas com o campo. Cidade Linear, com linha férrea, sem praças, porém em contato com a natureza.
Nos bairros planejados, a preferência é a baixa densidade de ocupação, com larga arborização difundida por praças, arruamentos e jardins internos e distribuição ordenada dos serviços e transporte e circulação racional de veículos. Falava-se então na união dos benefícios da cidade e do campo (os três imãs).
Desta união, cita Andrade (2003), o intenso movimento da população das cidades congestionadas se daria naturalmente como um imã para uma cidade que fosse próxima da natureza e que emanaria riqueza, felicidade e tranquilidade. Howard pensava sua Cidade – Jardim como uma maneira de oferecer às pessoas mais liberdade, vivendo em comunidade.
No ano de 1903, a primeira “Cidade – Jardim Ltda” foi tratada como propriedade mista autorizada para vender ações em propósito de levantar capital necessário. Nenhuma cooperativa oficial foi formalizada e não foi esclarecido quando as posses das terras seriam transferidas para a comunidade. Só sessenta anos mais tarde, isto veio a ser consolidado.

O DESENHO DAS CIDADES – JARDINS

O movimento das Cidades – Jardins foi inspirado em experiências de comunidades planejadas para serem auto organizadas do século XIX, como por exemplo, empreendimentos de indústrias que estivessem preocupados com a condição de vida de seus empregados. O fato dos conjuntos habitacionais serem próximos às fábricas e implantados no campo poderia melhorar as condições de trabalho e provocar efeitos saudáveis sobre os trabalhadores, retornando assim tais benefícios para a própria indústria (Andrade, 2003).
Howard estudava as ideias de Cadbury e Lever, que no ano de 1902 se uniram a ele na Associação da Cidade – Jardim com a “Companhia Pioneira Limitada”, para a então futura construção da primeira Cidade – Jardim. Em 1903 a primeira cidade – jardim, Letchworth foi projetada com traçado simples, claro e informal, o que é divergente da tradição clássica renascentista, havendo um centro urbano e árvores de portes com edifícios municipais próximos a estação.
As habitações merecem destaques: eram para as várias camadas sociais compostas por blocos entre si, se recuavam do alinhamento do terreno, e apresentavam jardins fronteiriços. As ruas têm entrada auxiliar com “cul de sac” e passeios com gramas, arbustos e árvores que dão ininterrupção ao verde dos ambientes públicos. Além desses aspectos a cidade foi refletida como auto-suficiente em termos de indústria e terras agrícolas, diverso da ideia de subúrbio (Andrade, 2003).
A segunda cidade – jardim, Welwyn foi projetada por Louis de Soissons no ano de 1920. Uma das características mais relevantes de Soissons foi o cuidado com a preservação das condições do meio ambiente, onde delineou enormes espaços verdes para entretenimento, sobretudo nas periferias da cidade central, ao longo dos limites dos cinturões agrícolas.

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